"- Olhe para a humanidade – dizia Ricky – não há nada certo no mundo do jeito que está. Para todo lugar que você olha, estão atirando bombas e as pessoas estão sofrendo com enchentes e doenças. Para o estado avançado que a humanidade atingiu tecnologicamente, nada foi alcançado humanitariamente. Desconforto e insatisfação. Hippies, yuppies, beatniks, anarquistas, revolucionários, rebeldes, comunistas... não existem mais pessoas comuns, que acreditam em viver a vida singularmente e em encontrar uma paz separada?
- A paz foi criada pelas pessoas, como um modo de descrever a unidade de deus. Não há mais Thomas Mores, se é isso o que você quer dizer – discursou I.Q.
- Então, por que tenho que permanecer nessa condição? Eu acredito
- Quem, então, é livre? O homem sábio que consegue controlar suas paixões, que não teme a miséria, a morte, as grades, resistindo firmemente aos seus apetites e desprezando as honras do mundo, que confia totalmente em si mesmo, cujos pontos angulosos de caráter foram arredondados e polidos? – I.Q. fez um longo discurso e depois explicou, para que eu pudesse entender. – Se você não precisa viver, então, não precisa morrer."
(Gil Scott-Heron - The Vulture; 1970)
Gil Scott-Heron é um dos pais do rap, quando declamava acompanhado de percussão (rhythm and poetry). Cantor, compositor, poeta, pianista, ficcionista, inserido no contexto histórico e político da passagem dos anos 60 para os 70, da radicalização dos grupos negros, dos estudantes, dos ativistas anti Vietnã, das feministas, etc. Acho que devia ser uma época divertida.)
Um comentário:
se acessar, me mande um email, gostei do que tu escreve.
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